sexta-feira, 28 de novembro de 2008

temos de amá-las

As senhoras têm uma mala. Uma mala de senhora portanto. E o que essa mala tem de tão de fascinante? Nada. É apenas parva. A sua utilidade é na verdade um apêndice à toilette que vestem. Não se pense que a mala de senhora se avalia pela sua capacidade de arrumação, antes pelo contrário. Penso que as senhoras preferem mesmo que a dita mala, seja tipo um saco de viagem, sem compartimentos, que é para se ter tudo num molho de brócolos de cremes, carteira, canetas, papeis, lenços, batons, pensos, agendas, telemóveis, chaves, moedas, limas, lápis dos olhos, blushes, óculos, garrafas de água, ben-u-ron, cigarros, extractos bancários, livro, revistas… enfim, tudo o que uma senhora precisa para sair de casa. É uma aventura quando o telemóvel toca, e se desencadeia uma procura frenética pelo objecto. Não sei como são capazes de aguentar tal coisa, decerto que se fosse um homem, a obsessão pelo prático vinha ao de cima. Tudo arrumadinho e catalogado. Os senhores preferem a ordem em vez do caos, de tal maneira que, falo por mim, quando arrumo as “coisas” que preciso para sair de casa, arrumo sempre tudo nos mesmos bolsos de sempre. Chaves aqui, tabaco ali, carteira atrás e por aí fora. Às vezes fico a pensar quem me dera ter uma mala de senhora para andar com ela sempre arrumada. E o irónico é que por vezes também as senhoras pensam, quem me dera ter uma daquelas malas de ferramentas para limpá-las e arrumá-las todas!


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

tipo, passe

As fotos do tipo passe são parvas. As máquinas automáticas só funcionam de madrugada. Toda a gente que tira fotos tipo passe tem de as tirar entre as 5 e as 7 da manhã, senão não ficam boas. É espectacular ver uma carta de condução de um colega. Dizem todos: epá eram 6 da manhã e estava na estação a correr cheio de sono e rissóis de bacalhau e tal. As pessoas que fazem as cartas de condução não deixam de colocar o sítio onde se colocar a fotografia, é a parte mais fixe de todo o documento. Comigo também já aconteceu o mesmo, obviamente. A parvoíce maior, é que quando decidimos ir tratar de algum documento, a fotografia fica sempre para o fim, daí tirar-se sempre a caminho de lá; e o mais idiota, é que escolhemos sempre o dia mais atarefado da semana para o fazer. É do género, condensar tudo o que temos de fazer em Lisboa num só dia. E na véspera ao que parece saímos à noite, uma coboiada do camandro que é para a foto na madrugada seguinte ficar sublime.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

wallpaper

Mais uma vez pediram-me para ir colar papel de parede. Só por ter feito isso em minha casa, tornei-me um especialista aos olhos dos amigos. Confesso que é assustador quando nos deparamos com uma parede branca, um rolo de 10 metros e um pacote de cola em pó. Existem instruções de como se procede a esta acção na caixa da cola, mas são tão resumidas, que parece que estão a gozar connosco, do género: passar a cola no papel, dobrar ao meio, colocar na parede… e pronto. Após ter piscado 8 vezes os olhos aventurei-me, e tremi. Mas lá consegui. O que custa é a 1ª tira, que demorei umas 2 horas a colá-la. O truque é usar a cabeça, e quando digo isto é mesmo usá-la; como me falta o 3º braço vai mesmo com a testa. Mas não é difícil, acreditem, se eu consegui fazer, até um egípcio paraplégico consegue.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

homem em construção

Como tive duas filhas ao mesmo tempo, as pessoas gostam de me perguntar: “qual delas te dá mais trabalho?”, e eu respondo com prontidão: “a mãe!”. As bebés são fáceis de se lidar; ou querem comer, dormir, ou brincar com os comandos da televisão. A mãe é mais tramado. Quer dizer, eu é que sou uma grande besta, pois a mamã é quem traz amor para o nosso lar; eu trago contas e roupa suja. Não são as mulheres que são difíceis de entender, eu é que sou mais burro que uma vaca morta. Parece-me que o truque é dizer que sim a tudo; parece-me. Daqui a uns anos vou ter ainda mais dificuldades, pois vou ter 3 mulheres em casa com que lidar. Ou posto de outra forma, uma mulher lá em casa vai ter um terço de um homem para lidar. As mulheres querem o nosso bem, e quando nos perguntam pela trilionécentesima vez se já telefonei ao canalizador é para o nosso bem. Elas no fundo gostam de nós. E nós só percebemos isso quando perguntamos se podemos ir passar um fim de semana fora com os rapazes.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

parabéns a mim!

Hoje faço ranhos. É verdade. Faço 29 ranhos. Tenho uma bimby tresloucada a produzir em massa muco nasal dentro da minha narina esquerda. Estou constipado no meu dia de anos. Adoro fazer anos; é fixe! Sinto-me feliz só mesmo por fazer anos! Não me importo de receber 2.000 telefonemas a desejar felicidades; e não me importo mesmo nada de receber um envelope com o meu nome lá escrito proveniente da minha avó. A minha mãe hoje vai fazer-me o jantar e há-de ser o meu favorito, uns belos rojões fritos! Muita mousse de chocolate para a sobremesa. É bom, e tenho saudades de quando fazia 12 anos… brinquedos! muitos brinquedos! estou satisfeito.E mais, hoje é sexta-feira!


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

70x7

Segunda-feira, péssimo, dia sonolento e rameloso. A obrigação de ir trabalhar.
Terça-feira, ainda pior; já com os estragos do dia anterior nas costas e ainda falta uma batelada de dias para a folga.
Quarta-feira, a adaptação. Conformamo-nos de que trabalhamos. A última folga foi há imenso tempo e nem se pensa na próxima.
Quinta-feira, de repente cheira a algo! A luzinha lá ao fundo, o poder dizer que amanhã é Sexta-feira!
Sexta-feira, imperial! Magnânime dia. Então da parte da tarde ainda é melhor! Quem me dera que todos os dias fossem Sexta-feira.
Sábado, o merecido descanso! Ahhh ver televisão na cama. Não almoçar, e jantar com amigos. Ir para a cama de preferência pela madrugada.
Domingo, dia estranho. Só é bom da parte da manhã; mas essa parte deveríamos estar a dormir, então não a aproveitamos. A hora do almoço ainda se aproveita, mas a parte da tarde, começa a ser deprimente. Parece que estamos num estado de prisão preventiva, à espera da execução. À noite de repente ganha-se um ânimo. Até sabe bem conviver com o sofá. Espreguiça-se e vamos para a cama satisfeitos.
Segunda-feira, péssimo…