sexta-feira, 28 de novembro de 2008

temos de amá-las

As senhoras têm uma mala. Uma mala de senhora portanto. E o que essa mala tem de tão de fascinante? Nada. É apenas parva. A sua utilidade é na verdade um apêndice à toilette que vestem. Não se pense que a mala de senhora se avalia pela sua capacidade de arrumação, antes pelo contrário. Penso que as senhoras preferem mesmo que a dita mala, seja tipo um saco de viagem, sem compartimentos, que é para se ter tudo num molho de brócolos de cremes, carteira, canetas, papeis, lenços, batons, pensos, agendas, telemóveis, chaves, moedas, limas, lápis dos olhos, blushes, óculos, garrafas de água, ben-u-ron, cigarros, extractos bancários, livro, revistas… enfim, tudo o que uma senhora precisa para sair de casa. É uma aventura quando o telemóvel toca, e se desencadeia uma procura frenética pelo objecto. Não sei como são capazes de aguentar tal coisa, decerto que se fosse um homem, a obsessão pelo prático vinha ao de cima. Tudo arrumadinho e catalogado. Os senhores preferem a ordem em vez do caos, de tal maneira que, falo por mim, quando arrumo as “coisas” que preciso para sair de casa, arrumo sempre tudo nos mesmos bolsos de sempre. Chaves aqui, tabaco ali, carteira atrás e por aí fora. Às vezes fico a pensar quem me dera ter uma mala de senhora para andar com ela sempre arrumada. E o irónico é que por vezes também as senhoras pensam, quem me dera ter uma daquelas malas de ferramentas para limpá-las e arrumá-las todas!


Sem comentários: