terça-feira, 30 de setembro de 2008

peixinho cozido

Porque é que sequer existe peixe cozido quando ninguém gosta dele? As únicas pessoas que vejo a comer de bom grado são doentes (ou da tripa ou da cabeça). O sofrimento do animal é abismal, vejamos, tira-se o bicho do mar à força, corta-se às postas e volta-se a pôr dentro de água, mas desta vez a ferver. Isto é maldade pura. O Capitão Iglo é um sádico e também mentiroso, a dizer que o peixinho é saboroso e divertido de se comer. Patife. E depois temos a lata de chamar ao peixe ‘pescada’; isto já é humilhação. Se o peixinho for fresco é bem bom… dizem alguns; comam-no todo, prefiro comer panados de cabeças de barata com cenoura podre… e arroz basmati.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

revistas femininas

Eu se fosse editor de revistas femininas, publicava-as de trás para a frente. É incrível e inexplicável a quantidade de mulheres que “lê” as revistas de trás para a frente. Eu já tentei e não consigo. Também já tentei lê-las de frente para trás e também não consegui. Após essa proeza, a minha percepção ficou de pernas para o ar. Não vai ser com revistas que os homens vão conseguir perceber o sexo feminino. A melhor maneira para os homens lerem revistas de mulheres é de facto fechadas.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

500 paus

Desde que veio o euro, que os paus desapareceram; e eu tenho imensa pena, pois era fixe dizer “Ó mãe! Dá aí 500 paus para eu almoçar, ir ao cinema e comprar uma pastelaria fresca!”. Um jovem de hoje não faz a mínima ideia de quanto valia 500 paus, (mas sabe que para isso tudo teria que cravar uns 15 euros). Eu também ficava sem saber quando os meus avós diziam que uma cebola custava 7.000 tostões de reis ou coisa que o valha. E era giro ter 50 paus no bolso. Para além da moeda ser gigantesca, dava para nos divertimos o dia todo. Os mini milk custavam 20 paus, os matrecos 10 e com o resto morfava um pão com chouriço. Ter paus era fixe. Contudo a nossa unidade monetária eram os contos. Os grandes tinham contos. A partir de 1000 paus, a coisa mudava; não se ouvia ninguém a dizer “chefe, 4000 paus de super na 4”.




quarta-feira, 24 de setembro de 2008

capri-sonne

Que saudades tenho eu de beber um Capri-Sonne. O sumo era incrível, dos melhores que já provei, mas o que me fascinava era a embalagem… disforme e divertida ao tacto. Na altura era bem mais interessante passar tempo com o sumo do que com uma rapariga. Tinha eu mais vontade em apalpar o refrigerante era o que era, tinha mais vontade, porque era mais fácil; o Capri-Sonne não se chateava e nem tinha um ar ameaçador. Uns jogavam à bola, outros aos cromos, e também ao guelas. Para mim o mais divertido dos intervalos era mesmo afiambrar um folhado de salsicha, acompanhado do tal sumo, e tendo como sobremesa uma gorila de menta.


terça-feira, 23 de setembro de 2008

azul-turquesa

Os Homens não sabem o que é azul-turquesa. Eu não faço a mínima ideia do que será. Para mim até pode ser lilás. Aliás o lilás para mim também é indefinido, está algures entre o violeta e o roxo. Mas azul-turquesa… não sei bem. Deve ser parecido com o azul… a palavra turquesa é que complica. Será uma flor? Uma planta? Um pintassilgo? Volta meia viram-se para mim, e dizem “sabes tipo azul-turquesa…” e eu digo: “hum-hum…”. O meu cérebro começa rapidamente (isto do rapidamente é subjectivo) a vasculhar tudo e mais alguma coisa… File not found.

mas por que raio se complica tudo?...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

cabos das tormentas

De todos os mistérios paranormais inexplicáveis que existem, o que mais me atormenta é o facto dos cabos dos computadores se amarfanharem todos. Juro que me faz comichão no céu da boca só de pensar nisso. Já vi pratos de esparguete mais organizados. É de facto uma força inexplicável que impele os cabos a se entrelaçarem, cá para mim aquilo tem vida própria, e pelo roça-roça todo, é uma vida sexualmente activa. Ainda agora quis corrigir uma palavra ali acima, e tive uma luta frenética entre o rato e o candeeiro. Se não estivesse tão dependente disto tudo telefonava já ao Eduardo…

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

macacos me mordam

Alguém sabe para que é que servem os macacos do nariz? Eu não faço ideia de qual o seu propósito, mas sei que é divertido tirá-los, fazer bolinhas com eles e voltar a pô-los lá dentro. Sempre que vemos alguém no trânsito com a mão de fora da janela a mexericar os dedos, é porque de certeza que está a fazer uma escultura de muco nasal. E no comboio, que não dá para fazer, é só pôr o jornal a 2 cm da cara que funciona como um biombo. Eu não acredito que haja alguém que não tire macacos do nariz, digam o que disserem. Eu tiro. Tiro à grande, e o meu dedo preferido é o indicador direito. É o dedo perfeito para a limpeza da cavidade nasal. Até fico triste quando a unha roída fica demasiado curta ou afiada, pois já aleija.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

continuo a dispensar dispensas

Tudo na mesma. Confesso que tenho uma técnica apuradíssima de varrer as prateleiras com os meus olhos como se tivesse um scanner a laser incorporado, e nada vejo. Ou aliás vejo tudo o que não me interessa. Ele é kellog’s special K, bolachas digesta, arroz basmati, chocolates fitness (ou como eu digo fia-te nessa…), uma série de produtos com a palavra integral escrita, etc… cadê o nesquik? O chocapic? A chipie ahoy? Caramba! Lamento imenso mas não tenho capacidade de ver o que está por detrás das embalagens. Não consigo, nem eu nem 97,3% dos homens. O nosso scanner visual só dá para o que está à frente. Chamam-lhes defeito de fabrico, chamem preguiça, chamem o que quiserem. Sou homem, e não tenho essa capacidade.

carros usados

Comprei um carro em segunda mão. E após ter visto uns 7 ou 8 carros, cheguei à conclusão de que todos os carros usados neste país foram conduzidos por senhoras de meia-idade, só mesmo para não dizer velhas! É impressionante. Sejam eles BMW ou simples Citröen. Será que após nós comprarmos um carro novo automaticamente transformamo-nos em velhotas? É que chega sempre uma altura em que temos de trocar de carro, e quando vendemos o antigo, alguém há-de dizer a alguém que aquele carro foi conduzido pela sua tia-avó que só precisava dele para ir buscar batatas à praça. E prontos.


terça-feira, 16 de setembro de 2008

dispenso dispensas

Desisto. Estive cerca de 4 horas à procura do chocapic. Aquela dispensa parece ter sido construída por um arquitecto maníaco-azeteca. Qual labirinto mortífero, qual poço de almas, qual quê! A minha dispensa absorve as minhas compras! Começo a temer profundamente aquela divisão. A fome e a desorientação preenchem-nos, não há como fugir. É pena mas hoje não vou ter pequeno-almoço. Já são 3 da tarde e a única coisa que me alegra é este copo de leite… branco. Raios!
Finalmente a minha mulher acordou! Se hoje for um domingo normal, a 1ª coisa que ela fará é ir à dispensa. Passados precisamente 3.21 segundos: “João!! Queres chocapic?”.

No comments.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

com dum-dum é o fim

Eu tenho um certo apetite por coisas parvas, e há uma coisa muito parva numa lata de dum-dum; não, não é o nome, esse não é parvo, é giro; o que é parvo é que o produto tem data de validade! Tinha eu acabado de pulverizar loucamente a cozinha infesta de moscas e mosquitos lá na quinta, quando reparei que o prazo tinha expirado há uns 2 meses; fiquei a pensar ‘tadinhos dos bichos, isto é capaz de lhes fazer mal.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

rótulos

Não sei quem é que decide que os rótulos estão bons, mas parece-me que são indivíduos que nunca viveram neste planeta. Os rótulos jamais dizem a verdade, e tão pouco fazem parte da realidade. É pena, mas eu nunca vi um bebé a comer papa a rir-se. O bebé da cerelac deve ser sobre dotado, ou então é parvo de todo; para já come sem babete; verdade seja dita que eu por vezes não ponho babete nas minhas filhas, recorro aos toalhões de praia que estão na garagem. Depois, não vejo nódoas e nem bocadinhos de papa em nenhuma mobília. O meu maple entretanto já mudou de cor. E a mamã que está sorridente a dar a papa, não sei do que é que se está a rir, mas desconfio que seja da nossa cara.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

copos de galão

Se há alguém rico neste país, é o inventor do copo do galão. Não há café que não o tenha. Não sei onde se vende os copos de galão, mas penso que deve haver filas intermináveis de donos de cafés a comprar os famosos copos. O copo em si tem algo que fascina. Não é grande, não é pequeno, não é largo, não é fino… costuma ter uns frisos de lado, pega-se bem com a mão esquerda como com a direita. É especialmente atractivo quando está junto de uma torrada. Eu nem bebo assim tantas vezes galão, eu é mais ucal, mas esforço-me para que seja servido num copo de galão. Sabe melhor.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

rotundas

Quando for grande quero ser decorador de rotundas. No meu entender é uma carreira cheia de futuro. Para já, é parvo; e como a parvoíce é algo que me atrai, sinto poder dar algo mais a esta indústria. O meu raciocínio é óbvio, das 7.438 rotundas que conheço, 3 estão bonitas. As outras 7.435 estão patéticas. Em Tires, capital da rotunda, temos rotundas decoradas com pedregulhos, que ou muito me engano ou aquilo são restos de stock de uma pedreira que faliu. Não sei se foram postos propositadamente ou se alguém decidiu guardar ali 4 simpáticas pedras. O objectivo das rotundas será facilitar o trânsito, e o objectivo de as decorar é o mesmo que tirar macacos do nariz com uma luva de boxe.




segunda-feira, 8 de setembro de 2008

o futuro

Para o futuro, imagino que vamos ser todos azuis. Um azul-esquálido. Não vamos ter paciência para croissants e nem tão pouco para as suas irritantes migalhas. Prevejo um futuro algo flácido. Vamos deixar de ter unhas, e vamos desenvolver sérias placas de cera nos ouvidos. A comunicação vai ser digital, pelo que vamos adquirir 8 novos dedos. A esperança média de vida sobe para os 350 anos. E os dias vão durar uma eternidade. Vamos ter mais estações durante um ano. O verão e o sol ficam-se somente pelas horas de almoço. Os esquilos ameaçam em tornarem-se a espécie dominante no planeta. Os ovos estrelados vão ser objectos de estudo de história de arte. Vamos passar os dias de cócoras a assobiar a canção do verão azul. Pêlos? Não há mais. Somente na parte traseira das nossas línguas. Os beijos dão-se com a testa. Uma forte pancada simboliza paixão. E um roçar, o bom dia. As cadeiras ficam de pernas para o ar, e os talheres vão ser do tamanho de uma ervilha. O sentido da vida, confunde-se com os aquecedores a óleo. E as luzes dos semáforos vão ser cor de rosa.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

direitos do animais

Não tem lógica. Não percebo as manifes contra as touradas. Ah o touro é maltratado e ai-ai, e faz dói-dói; e o pessoal só lá vai para ver um touro a sofrer… que tristeza. Para já metade das pessoas que figuram numa festa tauromáquica da sua terrinha já não vê nada, e quando há touradas por aí, quantos touros se aleijam? 2? Se há animal que sofre nas touradas é a sardinha! É um genocídio completo! Milhões de sardinhas são atiradas para cima das brasas para acabar no bucho da multidão. Ah mas as sardinhas são alimento, o sofrimento do touro é só pela diversão… para já as sardinhas não são para alimento, é pura gula, a sardinha para servir de alimento têm que se comer no mínimo 47, e depois há aquelas que estão molinhas e atiram-se para o chão. Belo propósito de existência para um ser vivo. E na minha opinião já vi muitos mais homens a sofrerem numa arena do que o próprio touro. No futuro vão os bovinos manifestarem contra humanos idiotas regados de álcool a servirem de puro gozo para umas belas cornadas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

sapatinhos

Que eu sou parvo não é novidade nenhuma, até toda a gente na Suazilândia já o sabe, agora o que eles não sabem é que ontem fui comprar uns sapatinhos para o baptizado das minhas filhas. 40€ cada par de sapatinhos! Os sapatinhos são o nº 16, ou seja mínimos, na minha mão perdem-se; tenho por vezes unhas maiores que estes sapatinhos. A loja onde fui chama-se “ovo estrelado” por mais engraçado que seja este nome, nada tem a haver com a iguaria baratuxa, tem mais a haver com o facto de estares frito quando te aproximas do estabelecimento. Não quero ferir nenhuma susceptibilididiliabade (baralho-me todo sempre que quero dizer esta palavra, agora provem o meu veneno) a loja está recheada de coisas lindíssimas e muito fofas… e ao acabar esta frase posso afirmar que sou um homem que vê a sic mulher enquanto janta.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

música foleira

Porquê? Porquê é que quando um indivíduo ouve música foleira no carro tem de a ouvir aos altos berros? Hum? Será que é a partilha da desgraça? Se eu a oiço todos têm de a ouvir! Ou será que a música é tão má que para apanhar algo de bom tem de se ouvir bem? Eu por mim não me importo de ouvir o re-mix Verão Curitiba 2006, mas prefiro um bom par de janelas fechadas. Música patética e janelas fechadas são incompatíveis? Dá crash? A música foleira equipara-se ao aspecto dos carros. Resumindo, quanto pior é a música, mais alto se a ouve e pior é o aspecto do carro. Imagine-se um condutor envergando uma camisola de alças dos Chicago Bulls e um boné com a bandeira do Brasil, conduzindo um renault 5 GT Turbo branco, a ouvir o fantástico álbum de Roy Fagundes ao vivo em Arganil.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

sou pai

Sou pai. Sou parvo. Sempre fui parvo, mas só agora é que sou pai. Tenho duas bebés gémeas. Sou muita’ parvo. Dormem no meu quarto comigo. Sou um príncipe dos parvos. Tenho a minha casa em obras e estou a viver nos meus sogros. Já disse que sou parvo?! Comecei a seguir a telenovela da tvi. Sou olímpicamente parvo. Aqueço biberons no bidé porque está mais perto que o micro-ondas. Sou um vulcão de parvoíce. O emprego é um descanso. Se fosse a um concurso de parvos ficava em 2º lugar, pois sou tão parvo que nem em 1º lugar conseguiria ficar. Durmo aos bocadinhos. Sou um parvo em construção. Estou a gostar de ser pai. Tenho direitos de autor sobre o conceito ‘parvo’. Vou ao ikea num domingo de manhã. Sou pai.


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

puré

Eu gosto de puré. Gosto da sua forma e gosto de o comer. Quase que não é preciso mastigar, mas eu prefiro fingir que mastigo. O puré é divertido, dá para fazer esculturas. Gosto de fazer uma espécie de vulcão onde se põe na cratera o molho do bife. Puré e molho de bife é equiparável a bacalhau e azeite. Aprecio ver incêndios florestais ao longe, pois as nuvens de fumo fazem-me lembrar o puré da minha avó. Às vezes tenho fantasias que envolvem puré, e às vezes chamam-me de estúpido. Mas o que tem o puré assim de tão fascinante? Para já o som da palavra puré é engraçado, e depois, é um alimento versátil. Sonho com o dia em que um pasteleiro invente um bolo de puré, ou que aquele senhor de Portimão comece a fazer gelados de puré com ‘topping’ de molho de natas com cogumelos. Não sou contra os purés instantâneos, desde que não seja eu a fazê-los… já tentei 2 vezes; da primeira vez não correu mal, deu para arranjar uma racha na parede mestra do meu hall de entrada, da segunda vez deu para plantar uma árvore no tacho. Posso não ser perito em culinária, mas sou um alarve de primeira. Já experimentaram comer puré com as mãos? Eu já, mas não aconselho a fazerem isso na Portugália de Arroios; quer dizer, se não tiverem dinheiro para a refeição até dá jeito.

o meu sofá

A minha mulher está grávida de gémeas. Toda a gente me diz “tu tas doido??”; Eu? Eu não fiz de propósito! A culpa não é minha. Eu até nem tenho jeito nenhum para ‘aquilo’… se alguém tem culpa é o meu sofá. É um sofá perigoso. É uma tentação que se paga caro. Não pensem que se trata de um sofá normal. Não! Não é somente nos actos românticos que ele tece as suas redes do destino. Desconfio que basta estar sentado a ver o ‘quem quer ser milionário’, que de repente, se engravida. Sim, até se pode estar sozinho que não se escapa. Parece uma daquelas histórias em que se comprou um artefacto numa loja arrepiante e mística em chinatown de S. Francisco, tipo Gremlins, mas não. Foi mesmo na Moviflor de Albarraque, que por um lado é arrepiante mas não tem nada de místico. Portanto, deixo aqui expressa a minha vontade, em colocar este sofá maquiavélico criador de destinos impensáveis à venda no e-bay. Problemas como ejaculação precoce ou disfunção eréctil ficam como que resolvidos.